A movimentação de valores em operações e processos empresariais precisa receber muita atenção para que a saúde das finanças seja sempre mantida. A natureza de cada movimentação integra um conjunto de indicadores financeiros com capacidade de revelar gargalos, prejuízos, oportunidades ou êxitos.
No entanto, para que os insights ocorram e que resultados sejam extraídos, é necessário conhecer e avaliar os índices mais importantes. Saiba agora quais são indicadores fundamentais para o seu negócio e mantenha o devido controle sobre eles!
Faturamento
Esse é o mais conhecido e acompanhado mensalmente por todos os gestores. No entanto, não é o suficiente saber apenas qual é o montante recebido ao fim do mês. Com o monitoramento constante desse indicador, é possível projetar os meses posteriores e estabelecer relações entre os dados encontrados e outros, anteriormente medidos, para perceber crescimento ou queda e, a partir daí, estabelecer as ações que serão tomadas para melhoria do quadro.
Além disso, o faturamento tem viés muito relativo, por conta da margem de lucro de cada negócio. Por exemplo, no caso de uma margem alta, um faturamento baixo ou uma pequena queda podem não representar perigo, ainda que tenham de ser analisados para o planejamento de melhorias. Portanto, ele deve receber atenção, mas também precisa ser relacionado com os índices que abordaremos em seguida.
Lucro líquido
Essa é uma parte muito importante do resultado, porém muitas vezes esquecida. Aumentar as receitas não significa gerar mais lucro líquido. E um alto resultado bruto pode ainda vir acompanhado de prejuízo.
Então atente-se sempre ao lucro líquido mensal — o que sobra para o empreendimento após o pagamento de todas as despesas e dos impostos. E no caso de alguns tributos não serem incidentes no período da apuração, como o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) anual do Lucro Real, a participação deve ser calculada proporcionalmente ao mês para que a apuração do resultado seja exato. E esse processo deve ser repetido no encerramento do exercício.
Não é o faturamento, mas sim lucro líquido que indica o potencial de uma empresa e sua capacidade de gerar resultados reais.
Recebíveis
Esse é mais um dos indicadores financeiros ligados ao faturamento. É a parte dele que pode não ser recebida: um risco não existente nas operações à vista. Por exemplo, a receita bruta pode ter sido de R$ 300 mil, em média, no fechamento dos últimos meses, mas apenas R$ 200 mil mensais terem sido recebidos de fato.
Portanto, é extremamente importante acompanhar esse KPI (Key Performance Indicator ou Indicador-chave de Desempenho) para que a saúde financeira da sua empresa não seja frequentemente afetada por atrasos e inadimplência.
Também pode estar nele a resposta para mudanças internas ou nas relações comerciais, visando garantir, ao máximo, a compensação dos recebíveis.
Além disso, sempre que uma empresa apura seus impostos para determinada competência — regime da maioria dos negócios —, os totais das notas fiscais são considerados. Então, se não há a efetivação do pagamento, o prejuízo se estende à tributação da operação pela qual não se recebeu.
Ticket médio
É essencial saber o quanto cada cliente gasta por compra em média. Isso deixa claro à organização seu potencial de ganho em cada fechamento, o que revela também necessidades de:
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Melhorias para aumento do ticket médio;
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Ações para alavancagem do volume de vendas;
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Cortes em produtos e serviços que pouco ou nada contribuem para os resultados.
Custos fixos
Esses gastos são aqueles que se mantêm, independente de queda ou aumento da receita, como salários e aluguel. Por isso, é necessário ter controle rígido e minimizá-los o tanto quanto possível.
Em um hipotético período de maus resultados, eles pioram ainda mais o cenário. E ainda que o momento seja de bons números, eles podem reduzir o lucro devido a um descontrole não diagnosticado em meio à realidade positiva.
Custos variáveis
Ainda que sejam mais adequados a todos os momentos empresariais — pois diminuem e aumentam conforme ocorre o mesmo com as vendas ou prestações de serviços —, estes precisam ser muito bem avaliados para que não tomem parte muito grande do lucro em cada operação.
Nível de endividamento
Esse índice vem de uma equação simples entre o ativo e o passivo do balanço patrimonial. Pois após as despesas e o pagamento dos impostos, as receitas podem deixar lucro para o período verificado. Porém, as obrigações em curto e longo prazos podem comprometer esse resultado e ainda o lucro acumulado, ou parte dele.
Fluxo de caixa
Esse KPI deve ser atualizado e checado diariamente, pois pode diagnosticar a negatividade em outros dos indicadores financeiros. Um bom fluxo — com datas e números exatos, projeções e correta compensação atribuída a pagamentos e recebimentos — mostra claramente se as entradas de dinheiro estão suprindo as saídas, se os recebíveis estão sendo honrados, se os prazos obtidos serão atendidos sem que falte dinheiro, e assim por diante.
Break Even
Essa prática apura todos os gastos fixos e variáveis relacionados a produtos ou serviços prestados e relaciona a resposta com o volume de saídas ou ticket médio. Assim, calcula em que momento todas as obrigações são pagas — a partir de quando se começa a ter lucro.
Ainda que o termo se refira a uma análise de equilíbrio, ele pode ser aplicado como um indicador, mesmo que apenas em determinado momento. Isso porque ele pode indicar se o desequilíbrio é para o lado negativo — prejuízo — e diagnosticar cortes de despesas ou ações para aumento de volume ou de valores de aquisição por cliente.
Definindo os indicadores financeiros principais para a empresa
É claro que todos os pontos que abordamos são importantes para qualquer empresa, além de KPIs próprios que alguns negócios podem ter. Porém, a depender dos objetivos empresariais, das atividades ou da estratégia, alguns deles podem ser mais importantes que outros.
Por exemplo, caso a organização esteja buscando ter mais resultados reais sem necessariamente subida no faturamento bruto, os custos fixos e variáveis e a lucratividade podem ser os índices principais a serem observados.
Já para uma meta de crescimento em vendas e receita, a análise de Break Even seguida do acompanhamento de ticket médio tem potencial para diagnosticar ações e oportunidades para alavancagem do faturamento.
Na hipótese de o empreendimento planejar expansão física, de operações ou qualquer outra que demande investimento, o nível de endividamento é fundamental no estudo de viabilidade de execução do plano — que em geral envolve aplicação de recursos e pode exigir contração de dívida em tomada de financiamento ou empréstimo.
Em relação às atividades, algumas fazem com que determinados indicadores financeiros sejam mais adequados ao dia a dia e ao planejamento estratégico. Por exemplo, no comércio — com diversos custos e grande movimento de recebimentos e pagamentos — o fluxo de caixa é um indicador extremamente importante.
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